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Foto do escritorGiselle Medeiros

Adeus



Último dia do outono e eu nem consegui escrever por aqui.


Nem um post sequer...

Mas eu entendi o porquê.


Já sabe que, pra mim, somos parte da natureza e não dá para fugir das estações internas que sincronizam com a da terra.


O outono nos prepara para o inverno, é um período de colheita, receber o que foi plantado nas estações anteriores, mas também um convite para deixar as folhas secas caírem. Soltar o que já não serve mais.


Momento de escutar sua alma, mergulhar pra dentro de si.


Mas quem foi que disse que isso seria uma tarefa fácil?


Olhar para o que precisamos deixar nos faz conectar com a dor novamente, nosso corpo tem memória, então é algo físico, difícil de lidar e se não estiver com sua consciência atenta ao seu processo de cura e amadurecimento, pode se tornar uma fase muito confusa.


Tive que olhar pra mim e deixar tanta coisa para trás.

Olhar não para o que fizeram comigo, não nessa posição de vítima, mas sim, olhar para o que me conectou a tantos ciclos difíceis.


Percebi o quanto ainda existe uma menina brava em mim, no corpo de uma mulher que sim, é madura, vivida, responsável, fiel, leal, mas que também tem suas dores, seus medos, suas sombras e precisa aprender a lidar com tudo isso.



Mas eu confesso que hoje eu acordei com um sentimento de gratidão, percebendo o quanto tenho aprendido, mesmo que na dor, o quanto tenho me acolhido, eu estou realmente tentando... Tem muita força em mim.


É vivendo que se aprende, precisamos das experiências para poder crescer. Ficar trancadinha em casa, evitando o mundo e as pessoas, não me colocaria nessa oportunidade de vivenciar e aprender tanto.


Sabe o valor disso?

De se amar, se perdoar, se aceitar, desapegar, de viver???

Já entendi que a vida se apresenta como ela é, mas como eu reajo é que fará toda a diferença.



Hoje me despeço da minha versão antiga, escolhi soltar todas, absolutamente todas as folhas secas que já perderam o sentido em mim...


Decido que toda dor que eu for capaz de sentir, não será maior que a mim, mas sim, uma bússola para eu olhar o que está ferido.

Escolho me lapidar, pois eu também sou uma pedra bruta, mas que mesmo assim, brilha.


Entendi o significado de brilhar pra si.

Independente de qualquer manifestação da vida, eu sei quem sou e onde quero chegar.


Eu me despeço do velho, da minha versão passada, da Giselle de ontem que não é mais a mesma de hoje, ainda bem.



Adeus, Gigi! Estou ansiosa pra saber aonde seus novos passos vão te levar.

Espero que tenha muita flor pelo caminho.




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